Promovemos a viabilidade técnica e econômica de um novo modelo para retomada do algodão no Paraná
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A ascensão do algodão brasileiro nos últimos 20 anos foi um dos destaques apresentados durante um painel na primeira edição do evento Vozes do Agro, realizado nesta terça-feira (29), em São Paulo, pelos veículos Globo Rural e Valor Econômico. O encontro contou com a presença de 100 representantes do agronegócio nacional. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) enfatizou a evolução da fibra, que passou de uma fase de baixa produtividade para se tornar referência mundial em sustentabilidade, rastreabilidade, qualidade e promoção, consolidando o Brasil como o maior exportador global do produto, no período comercial 2023/2024. O evento, que abordou o protagonismo brasileiro em questões ambientais e na agenda da COP30, adotou um formato interativo, com discussões mediadas por jornalistas dos dois veículos.
“Durante o evento, a Abrapa foi escolhida como uma referência no setor, e fomos apresentados como um case de sucesso em planejamento e realização”, afirmou Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa. Além da entidade, integraram o painel representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“A Abag discutiu, de forma geral, como o agro pode melhorar sua imagem. A Embrapa focou em suas iniciativas relacionadas ao carbono, destacando o que já está sendo realizado nessa área. O Mapa trouxe para a discussão o tema da recuperação de pastagens degradadas, enfatizando a introdução de práticas agrícolas para evitar o avanço do desmatamento no Brasil. Nossa abordagem ressaltou o que temos feito em termos de qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e promoção, destacando os avanços que alcançamos com essas iniciativas”, pontuou.
Criada em 1999, a Abrapa desempenhou um papel fundamental na reorganização e no fortalecimento da imagem do setor de algodão, implementando compromissos estratégicos que sustentam a comunicação sobre a qualidade do produto. Entre suas iniciativas, destaca-se o programa Sou de Algodão, que visa aproximar o algodão do consumidor final brasileiro e promover a moda sustentável. Além disso, o projeto Cotton Brazil busca fortalecer a presença da pluma no mercado global, com foco em 10 países-chave, como China, Bangladesh e Índia.
Construção de pactos
Para não ser visto como uma ameaça no cenário internacional, o agro brasileiro deve construir pactos internos com a sociedade, formadores de opinião, consumidores e parceiros, além de estabelecer acordos externos com os continentes que consomem produtos nacionais e seus influenciadores. Essa foi a conclusão dos painelistas. “É necessário aumentar a representatividade do agro em eventos como a COP30, onde sua presença tem sido muito limitada ou mal interpretada. Devemos unificar as mensagens, promovendo uma comunicação positiva entre o setor, o governo e o Congresso Nacional. Ficou claro que a bancada da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nem sempre adota medidas que repercutem de maneira favorável no exterior”, afirmou o diretor executivo da Abrapa. Essa abordagem estratégica é essencial para melhorar a percepção global do agronegócio brasileiro e fortalecer sua imagem no cenário internacional.
Para Portocarrero, esse alinhamento interno é essencial para evitar procedimentos que possam prejudicar a imagem da agricultura nacional. O grande desafio é unificar a mensagem, apresentar ao mundo uma imagem positiva do que já é realizado de bom no país. Um ponto crucial destacado foi a necessidade de gerar indicadores e dados confiáveis no setor agropecuário. “Esses dados são fundamentais para a elaboração de relatórios que ofereçam à sociedade, comunicadores e à imprensa, tanto nacional quanto internacional, informações que possam mudar a percepção sobre o setor, especialmente em relação a questões como mudança climática e as ameaças associadas”, concluiu.
Fonte: Abrapa