Promovemos a viabilidade técnica e econômica de um novo modelo para retomada do algodão no Paraná
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Estudo realizado nas principais regiões produtoras de algodão do país, na safra 2022/2023, mostrou que a aplicação de inseticida é eficiente no controle do bicudo-do-algodoeiro, considerado a praga principal da cultura do algodoeiro, quando feito de forma correta e eficiente.
O objetivo da análise é apresentar os resultados dos experimentos realizados por sete instituições de pesquisa brasileiras e melhor subsidiar o produtor rural na tomada de decisão na compra e utilização de inseticidas para combater o bicudo-do-algodoeiro.
Para o estudo, foram comparadas as eficiências de controle dos ingredientes ativos: Metomil, Malationa, Fipronil, Etiprole e Tolfenpirade. Realizada nos municípios de Luís Eduardo Magalhães (BA), Dourados (MS), Rondonópolis (MT), Montividiu (GO), e Campo Verde (MT), os ensaios não apresentaram destaque para um ou outro produto testado. A eficiência deles variou de acordo com o local e época de aplicação.
Para o gestor de Sustentabilidade da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Fábio Carneiro, é importante sempre realizar os monitoramentos constantes para avaliar a eficiências dos produtos químicos disponíveis safra a safra.
O uso dos produtos pouco eficientes pelos agricultores pode levar a perdas financeiras significativas devido ao alto dano causado pela praga nas lavouras. É o caso do Etofenproxi, por exemplo, que em 2015/2016 tinha eficiência de 85% e, na safra 2019/2020, reduziu para 25%.
Para a pesquisa, foram realizadas ao menos cinco pulverizações sequenciais espaçadas de cinco dias uma da outra. As avaliações iniciaram após a segunda pulverização, em um intervalo de três a cinco dias após a aplicação dos princípios ativos. Um dos pontos abordados pelos pesquisadores é a necessidade de se fazer a rotação dos produtos químicos como forma de evitar a ocorrência de resistência do bicudo ao uso prolongado de apenas um deles.
O experimento foi realizado pela Rede Bicudo Brasil, formado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Círculo Verde Assessoria Agronômica e Pesquisa, Fundação Bahia, Ide Consultoria Agrícola e Pesquisa, Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Ferst Pesquisa e Tecnologia, Fundação Mato Grosso, Instituto Goiano de Agricultura (IGA), e Instituto Mato-Grossense de Algodão (IMA MT), e apoio técnico da Embrapa.
Resultados
Na estação experimental Ferst Pesquisa e Tecnologia, o produto com maior eficiência foi o Etiprole, que se diferenciou dos demais químicos. Na Círculo Verde, o Etiprole apresentou os melhores resultados nas três últimas avalições. Na área da Fundação Bahia, considerando as três últimas avaliações, somente numa delas houve diferenças, onde os produtos Metomil, Fipronil e Etiprole apresentaram desempenho superior.
Já no estudo realizado pela Fundação MT, houve um desempenho superior dos tratamentos Etiprole e Malationa. No estudo realizado pelo IGA, na terceira avaliação, somente a Malationa apresentou um desempenho intermediário. Na estação IMA MT, todos os produtos nas épocas de avalição, com exceção do Metomil, apresentaram boa avaliação.
Na IDE, os resultados foram bem variáveis nas três últimas avaliações. Na terceira avaliação, somente o Etiprole se diferenciou; na quarta avaliação, os produtos Fipronil, Etiprole e Tolfenpirade se diferiram e, na última avaliação, o Metomil se destacou dos demais produtos.
Além da aplicação dos produtos, os pesquisadores também recomendam o uso integrado a outras práticas de manejo, como a rotação de princípios ativos, monitoramento, redução da população de final de safra, destruição de restos culturais na entressafra, eliminação de rebrotas e plantas tigueras, vazio sanitário, entre outras estratégias.
Fonte: Abrapa