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Publicado em 06/12/2023

Porque o mundo precisa de mais algodão?

Em meio aos impactos crescentes das mudanças climáticas globais, o algodão emerge como uma alternativa altamente sustentável. Reconhecido por sua natureza como matéria-prima natural, de menor impacto ambiental e totalmente biodegradável, o algodão vem perdendo espaço no comércio global para fibras sintéticas, apesar de suas características superiores em conforto, frescor e durabilidade.


Durante a 28ª edição da Conferência de Mudanças Climáticas (COP) da ONU em Dubai (EAU), o Brasil busca desafiar essa tendência e mostrar que o algodão pode e deve desempenhar um papel central na busca por soluções mais sustentáveis.


Alexandre Schenkel, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), ressalta: “Os consumidores preferem algodão devido ao conforto, frescor e qualidade. climática."


Na COP28, o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte Monteiro, participará do painel "Diálogos de Produção Verde", expondo como o modelo de produção de algodão brasileiro pode contribuir para o desafio das mudanças climáticas. Um foco crucial é o sistema de rastreabilidade total dos fardos de algodão, permitindo acompanhar a jornada do produto desde as fazendas até as indústrias, além de monitorar seus benefícios ambientais.


“Entre as fibras têxteis comerciais, o algodão é o que menos emite dióxido de carbono (CO²)”, destaca o diretor da Abrapa, mencionando dados do International Cotton Advisory Committee (ICAC) de 2018.


Com mais de 80% de sua produção certificada socioambientalmente, o Brasil se destaca por décadas de práticas agrícolas inovadoras. O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), em vigor desde 2012 e cobrindo 82% da produção nacional de algodão, é uma prova disso.


Empresas como a Scheffer, do Mato Grosso, possuem fazendas certificadas pelo protocolo ABR. A diretora Comercial, Financeira e de Sustentabilidade da Scheffer, Fabiana Furlan, destacou as práticas regenerativas e rastreáveis da empresa no painel da Abrapa.


“Fazemos o monitoramento de toda a produção, e os fardos exportados são rastreáveis por radiofrequência. Essa transparência é crucial para mostrar que o algodão brasileiro é responsável e de alta qualidade”, enfatiza o executivo.


Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam o Brasil como segundo maior produtor e maior exportador de pluma no mundo. Projeções da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) apontam um aumento de 60% nas exportações para 2,4 milhões de toneladas entre julho de 2023 e junho de 2024.


Fonte: Agrolink