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Publicado em 04/08/2025

Brasil e EUA juntos a favor do algodão e contra fios sintéticos

Apesar da crise econômica e política causada pelo tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano, o Brasil e os Estados Unidos estão se dando as mãos para uma campanha mundial a favor da fibra de algodão e contra a fibra sintética.  


A primeira é natural, nasce de uma semente plantada no chão, que desabrocha, vira flor e depois se torna pluma – a pluma do algodão, que se transforma em fio e, depois, graças ao processo industrial, torna-se o tecido da roupa que todos usamos. A fibra sintética é mais um derivado do petróleo, de origem fóssil, e sobre ela, diz o Google: 


 “Fibras sintéticas usadas em roupas são materiais artificiais criados através de processos químicos, geralmente derivados do petróleo, e são alternativas às fibras naturais como algodão e lã. Exemplos comuns incluem poliéster, nylon, acrílico e elastano. Essas fibras são valorizadas por sua durabilidade, resistência a rugas, secagem rápida e facilidade de manutenção.” 


Pois bem: a fibra sintética vem há anos liderando o mercado mundial. Em 2022, sua produção alcançou 75,5 milhões de toneladas, o equivalente a 65% das fibras produzidas globalmente. O poliéster lidera o ranking das sintéticas. 


Por seu lado, a produção de fibras naturais, em 2022, chegou à marca de 31,5 milhões de toneladas, representando 27% da produção mundial. A fibra de algodão liderou, como lidera hoje, a produção mundial de fibras naturais com 25,5 milhões de toneladas, ou 22% da produção total.  


Na safra 2023/2024, foram colhidas 25,6 milhões de toneladas, o que quer dizer que, enquanto as fibras sintéticas seguem avançando, as fibras naturais, principalmente o algodão, apenas repetem, a cada ano, as estatísticas, e esta é a causa da união do Brasil com os Estados Unidos para a campanha de incremento da produção e do consumo do algodão pela indústria mundial têxtil e de confecção.  


O Brasil, que produz 3,5 milhões de toneladas, das quais consome apenas 700 mil toneladas, exporta o excedente, sendo hoje o maior exportador mundial, ultrapassando os Estados Unidos, seu concorrente. Assim, é bom ver juntos cotonicultores e industriais têxteis brasileiros e norte-americanos em torno de uma causa comum. Esse esforço conjunto tem tudo para dar certo, apesar do tarifaço trumpniano  


A campanha ainda nem foi planejada, mas certamente revelará para o consumidor do Ocidente e do Oriente as virtudes da fibra de algodão e os defeitos das fibras sintéticas. E tudo indica que será a saúde do consumidor que puxará o mote da campanha, à qual começam a aderir outros países produtores, como o Egito, que, segundo a lenda e o marketing, produz o melhor algodão do mundo. 


A professora e pesquisadora Sunita Bhalla, do Departamento de Design de Moda, do PCM SD College for Women do Khalsa College, da Índia, produziu um longo relatório sobre a toxicidade das fibras sintéticas. Eis sua conclusão:  


“Diversos produtos químicos tóxicos são utilizados no processo de fabricação de fibras sintéticas. Considerando todos os efeitos nocivos dos produtos químicos tóxicos utilizados no processo de fabricação de fibras sintéticas, devemos procurar utilizar tecidos, e tecidos feitos de fibras naturais e ecologicamente corretos. Roupas orgânicas devem ser escolhidas para as peças que permanecem mais próximas da pele na maior parte do tempo, incluindo roupas íntimas, pijamas e camisolas. Devemos caminhar em direção a uma vida mais saudável com a escolha correta de roupas para reduzir nossa carga química.” 


A conclusão da professora indiana é procedente, pois já está provado que tecidos sintéticos impedem a pele de respirar naturalmente e, embora sejam práticos, podem ser bem desconfortáveis.  Além disso, podem causar alergias. Matéria divulgada pela Agência Brasil diz o seguinte: “Pesquisas revelam que esses tecidos soltam micropartículas que atingem as vias respiratórias e podem alcançar até a corrente sanguínea. Essas micropartículas têm poluído também o meio ambiente, retornando a nós através da água e do ar.” 


Portanto, acrescenta o texto, “na hora de escolher suas roupas, observe a etiqueta e prefira aquelas feitas com fios orgânicos, de algodão. Essa escolha protege sua saúde, o planeta, e ainda faz bem ao bolso. As roupas feitas com tecidos naturais duram muito mais.” 


Fonte: Diário do Nordeste